Sinto cada vez mais, que vivo numa sociedade meia adormecida diante de uma comunicação social demasiado activa, opinativa e especulativa. Nesta sociedade vivem zombies da opinião dos outros. Acreditam naquilo que vêem, ouvem e lêem, numa preguiça de perguntarem à consciência se tudo isso será verdade no seu estado mais puro e cru. Pergunto: qual é o principal objectivo do jornalismo? Pensei eu durante alguns anos que seria relatar factos. E assim foi e eu ainda vi, apesar da minha pouca idade.
Existe um marco no jornalismo em Portugal (a entrada de um jornalismo meio sul americanoide, sensacionalista), da passagem do relatar factos até à especulação acerca dos possíveis factos. Daí escorreu para outros, como um liquido pegajoso, que passa e cola.
Será que quem controla os media são grandes grupos económicos?
Sim, claro que sim. Cujo o principal interesse é manter a sociedade em pânico e desconfiada. A forma mais fácil de controlar a massa. Mas, será que aqueles zombies, que se dizem pessoas cultas, que leêm jornais e veêm telejornais, que se afirmam como conhecedores da realidade do país em que vivem, que abominam grandes grupos económicos e monopólios, lembram-se de tudo isto, quando estão a ser absorvidos e induzidos nas especulações da comunicação social.
Brincam aos fantoches, até conseguem enfraquecer ou fortalecer as forças políticas do nosso país. Conseguem as maiorias absolutas e relativas, as minorias e mais, vão conseguir mais umas eleições daqui a dois anos só para encherem os bolsos. Parabéns!!!
Adoro este povo, sou portuguesa, acredito nas capacidades deste povo, afirmo não quero sair daqui. Quero viver neste jardim, mas não quero que os outros achem aborrecido discutir a nossa sociedade, porque só assim seremos livres. Mas, para ser livre, temos que ser justos. A consciência é única e vivermos nesta falta de consciência é absurdo. Um dia ponho este país a pensar, prometo. Sofremos de falta de memória, 35 anos depois de um sistema ditatorial, 25 anos depois de uma democracia, continuamos a queixar dos que governam (como sempre). Odiamos a mudança, não reconhecemos a nossa evolução. Será que estamos assim tão mal!?
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Uma Nova Actividade
Como é do conhecimento dos que me rodeiam, adoro política. A ponto de por vezes aborrecer esses mesmos com a minha conversa sobre o nosso país, as nossas gentes, a nossa cultura e os graves problemas sociais que temos neste jardim à beira mar.
Se pensava (quando criei este blogue) publicar apenas "coisas" dos outros, dado o embaraço da partilha das minhas palavras neste "mundo sem fim". Decidi então, ganhar coragem e passar a conversar sobre estes assuntos aborrecidos com o meu computador, e claro, com quem os quiser ler mais tarde.
Até já...
Se pensava (quando criei este blogue) publicar apenas "coisas" dos outros, dado o embaraço da partilha das minhas palavras neste "mundo sem fim". Decidi então, ganhar coragem e passar a conversar sobre estes assuntos aborrecidos com o meu computador, e claro, com quem os quiser ler mais tarde.
Até já...
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
Muito Difícil
Era uma vez um rapaz que tinha muita dificuldade em tomar decisões.
Quando lhe perguntavam o que é que gostaria de receber, o rapaz pensava logo nas coisas que deixaria de ter ao manifestar o seu desejo! Sempre que fazia algo, pensava naquilo que deixava de poder fazer naquele momento.
Se desejava ter uma bicicleta atormentava-o a ideia de que ter uma locomotiva para o seu comboio ou ter uns patins podia ser melhor.
O mesmo lhe acontecia quando alguém o convidava para brincar. Se resolvesse ir, pensava o tempo todo se não teria sido melhor ficar em casa a ver televisão ou a ler.
Quando via sozinho televisão tinha pena de não estar a ler ou a brincar com outras crianças no jardim. Sempre que lia um livro, pensava em tudo o que perdia por ter escolhido aquele livro e não o outro. Se um rapaz lhe perguntava: “ queres ser meu amigo?” pensava logo se não seria melhor ser amigo de outro rapaz. E foi assim que chegou ao Natal, pensando e repensando naquilo que gostaria de ter.
Mas, no dia 23 de Dezembro ainda não tinha escolhido nada. Será que nesse Natal houve um presentinho para ele? Eu acho que sim, pois certamente que o Menino Jesus não o esqueceu.
Quando lhe perguntavam o que é que gostaria de receber, o rapaz pensava logo nas coisas que deixaria de ter ao manifestar o seu desejo! Sempre que fazia algo, pensava naquilo que deixava de poder fazer naquele momento.
Se desejava ter uma bicicleta atormentava-o a ideia de que ter uma locomotiva para o seu comboio ou ter uns patins podia ser melhor.
O mesmo lhe acontecia quando alguém o convidava para brincar. Se resolvesse ir, pensava o tempo todo se não teria sido melhor ficar em casa a ver televisão ou a ler.
Quando via sozinho televisão tinha pena de não estar a ler ou a brincar com outras crianças no jardim. Sempre que lia um livro, pensava em tudo o que perdia por ter escolhido aquele livro e não o outro. Se um rapaz lhe perguntava: “ queres ser meu amigo?” pensava logo se não seria melhor ser amigo de outro rapaz. E foi assim que chegou ao Natal, pensando e repensando naquilo que gostaria de ter.
Mas, no dia 23 de Dezembro ainda não tinha escolhido nada. Será que nesse Natal houve um presentinho para ele? Eu acho que sim, pois certamente que o Menino Jesus não o esqueceu.
Manfred Mai, 1999
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Samba de uma nota só
Eis aqui este sambinha
Feito numa nota só
Outras notas vão entrar
Mas a base é uma só
Esta outra é consequência
Do que acabo de dizer
Como eu sou a consequência
Inevitável de você
Quanta gente existe por aí
Que fala tanto e não diz nada
Ou quase nada
Já me utilizei de toda a escala
E no final não sobrou nada
Não deu em nada
E voltei prá minha nota
Como eu volto prá você
Vou cantar com a minha nota
Como eu gosto de você
E quem quer todas as notas
Ré, mi, fá, sol, lá, si, dó
Fica sempre sem nenhuma
Fique numa nota só
Tom Jobim
Feito numa nota só
Outras notas vão entrar
Mas a base é uma só
Esta outra é consequência
Do que acabo de dizer
Como eu sou a consequência
Inevitável de você
Quanta gente existe por aí
Que fala tanto e não diz nada
Ou quase nada
Já me utilizei de toda a escala
E no final não sobrou nada
Não deu em nada
E voltei prá minha nota
Como eu volto prá você
Vou cantar com a minha nota
Como eu gosto de você
E quem quer todas as notas
Ré, mi, fá, sol, lá, si, dó
Fica sempre sem nenhuma
Fique numa nota só
Tom Jobim
Até eu já tenho um blog?!!
Desafinado
Quando eu vou cantar você não deixa
E sempre vem a mesma queixa
Diz que eu desafino, que eu não sei cantar
Você é tão bonita
Mas toda beleza
Também pode se acabar
Se você disser que eu desafino amor
Saiba que isso em mim provoca imensa dor
Só privilegiados têm ouvido igual ao seu
Eu possuo apenas o que Deus me deu
Se você insiste em classificar
Meu comportamento de antimusical
Eu, mesmo mentindo devo argumentar
Que isto é bossa nova
Que isto é muito natural
O que você não sabe, nem sequer pressente
É que os desafinados também têm um coração
Fotografei você na minha Rolleiflex
Revelou-se a sua enorme ingratidão
Só não poderá falar assim do meu amor
Este é o maior que você pode encontrar,
Você com a sua música esqueceu o principal
Que no peito dos desafinados
No fundo do peito bate calado
Que no peito dos desafinados
Também bate um coração
Tom Jobim
Quando eu vou cantar você não deixa
E sempre vem a mesma queixa
Diz que eu desafino, que eu não sei cantar
Você é tão bonita
Mas toda beleza
Também pode se acabar
Se você disser que eu desafino amor
Saiba que isso em mim provoca imensa dor
Só privilegiados têm ouvido igual ao seu
Eu possuo apenas o que Deus me deu
Se você insiste em classificar
Meu comportamento de antimusical
Eu, mesmo mentindo devo argumentar
Que isto é bossa nova
Que isto é muito natural
O que você não sabe, nem sequer pressente
É que os desafinados também têm um coração
Fotografei você na minha Rolleiflex
Revelou-se a sua enorme ingratidão
Só não poderá falar assim do meu amor
Este é o maior que você pode encontrar,
Você com a sua música esqueceu o principal
Que no peito dos desafinados
No fundo do peito bate calado
Que no peito dos desafinados
Também bate um coração
Tom Jobim
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